Data será lembrada com diversas atividades no dia de hoje; 9 de Dezembro é o dia em que foi instalada a freguesia de Nossa Senhora de Belém em 1819
Guarapuava
comemora hoje, 9 de dezembro, 196 anos como um dos municípios mais
populosos e ricos do Paraná. Guarapuava (do tupi-guarani: guará lobo e
puava: bravo) foi o nome dado aos campos gerais descobertos em 1770, com
área primitiva de 175.000 km². O território fazia limite com o Rio dos
Patos (Ivaí) até o rio Paraná, por este até Corrientes (Argentina) e
dali atravessando o sertão até encontrar o Rio Uruguai por este acima
até e além das fronteiras dos Campos de São João, procurando o Porto
União no Rio Iguaçu e no mesmo rumo até chegar novamente no Rio dos
Patos.
O povoamento de Guarapuava foi o resultado de um processo histórico
iniciado no século XVIII, com as Expedições do Tibagi e levado a cabo
pela Real Expedição de Conquista do Povoamento dos Campos de Guarapuava,
comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal, que chegou à região em
17 de junho de 1810 e fez construir o Fortim Atalaia, onde abrigou as
primeiras tropas, seus familiares e povoadores que dela fizeram parte. O
Fortim Atalaia protegeu os componentes da Expedição dos frequentes
ataques dos índios, pertencentes às três tribos que habitavam a região
(Camés, Votorões e Cayeres ou Dorins)
Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de
Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de
1819. Após a instalação da Freguesia, passou a ser vila em 17 de julho
de 1852 e, devido ao progresso do povoado, em 12 de abril de 1871,
elevou-se à cidade, tornando-se um dos promissores municípios do Paraná.
Guarapuava é o município mais populoso da região centro-sul do Paraná
e o nono mais populoso do estado, com 167 463 habitantes, segundo o
censo 2010, sendo um polo regional de desenvolvimento com forte
influência sobre os municípios vizinhos. A cidade faz parte também de um
entroncamento rodo-ferroviário de importância nacional, denominado
corredor do Mercosul, entre os municípios de Foz do Iguaçu e Curitiba.
Sua localização no Terceiro Planalto Paranaense faz de Guarapuava uma
das cidades mais frias do estado. O bioma predominante é a floresta
subtropical, com vastas áreas de mata de araucárias. A cidade é, ainda, a
maior produtora brasileira de cevada e possui uma das maiores fábrica
de malte da América Latina, responsável por dezesseis por cento da
produção nacional.
História
A ocupação dos campos de Guarapuava remonta às grandes questões da
expansão territorial em solo americano pelos povos ibéricos, pois,
segundo o Tratado de Tordesilhas, toda porção centro-oeste do estado do
Paraná deveria ser de comando espanhol. Entretanto, durante a União
Ibérica (período em que a coroa espanhola dominou o território
português) houve um grande número de incursões rumo ao interior do
continente a partir da província de São Paulo, através de expedições
denominadas "bandeiras", desta forma, expandiu-se os rios e lagos do
estado. Após a dissolução da União Ibérica, fim da Dinastia Filipina, a
expansão portuguesa na América do Sul continuou até chegar as margens do
rio da Prata, onde ocorreu a fundação da colônia de Sacramento, no
atual território do Uruguai. Sob efeito desta ameaça expansionista
portuguesa é que houve a reformulação do acordo entre os dois países,
através do Tratado de Madri, redefinindo as fronteiras das colónias
vinculadas as duas potências da época.
Contudo, a região de Guarapuava continuou sem a presença do domínio
europeu até o início do século XIX. A fim de consolidar a posse
estratégica deste território, que já havia recebido expedições de
reconhecimento no século XVIII, a coroa portuguesa, então sediada no Rio
de Janeiro, determinou a organização de uma expedição para ocupar a
região através de seu povoamento e garantir a nova fronteira com a
Espanha.
A Real Expedição de Conquista e Povoamento dos Campos de Guarapuava,
comandada por Diogo Pinto de Azevedo Portugal. Chegou à região em 1 de
dezembro de 1787 e fez construir o Fortim Atalaia (onde abrigou as
primeiras tropas, seus familiares e povoadores que dela fizeram parte,
cerca de 300 famílias). O Fortim Atalaia, construído na região
atualmente denominada Palmeirinha, protegeu os componentes da Expedição
dos freqüentes ataques dos índios, pertencentes às três tribos que
habitavam a região (Camés, Votorões e Cayeres ou Dorins).
Entre 1812 e 1859, Guarapuava foi a primeira localidade brasileira a
receber condenados ao degredo pela justiça como forma de ocupar a região
com "brancos", pois os índios dominavam a matas do interior paranaense.
Oficialmente, a cidade surgiu com a assinatura do Formal de
Instalação da Freguesia de Nossa Senhora de Belém, em 9 de dezembro de
1819, momento em que o Padre Francisco das Chagas Lima em concordância
com Antônio de Rocha Loures, Tenente Comandante Interino da Real
Expedição, determinaram a transferência da freguesia e da Igreja Nossa
Senhora de Belém para o local, que segundo o Padre, era o mais adequado
para a construção da igreja, a atual sede do município.
Padre Chagas foi um personagem importante na fase inicial do
povoamento, pois procurou iniciar a ocupação baseado em alguns critérios
de estética, observando as prescrições contidas na carta régia de 1 de
abril de 1809, do Conde Linhares, que já determinava os padrões a serem
seguidos pelas edificações. Como ponto gerador do núcleo cita-se a
Catedral de Nossa Senhora de Belém, que era um ponto referencial
importante para a sociedade da época. O primeiro prefeito de Guarapuava
foi o Coronel Pedro Lustosa de Siqueira.
No ano de 1852, no dia 17 de julho, o povoado Nossa Senhora de Belém
foi elevado à categoria de vila. Em 2 de maio de 1859, foi criada a
comarca de Guarapuava, sendo José Antônio Araújo de Vasconcelos o seu
primeiro juiz de direito. A Vila Nossa Senhora de Belém recebeu foros de
cidade no dia 12 de abril de 1871 pela Lei 271, sendo desmembrada do
município de Castro.
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